4 de set. de 2012

Resenha do curta "Mãe gentil", de Carlos Baliú


Com diversos personagens da nossa nação, o diretor do curta utiliza o conhecimento de diferentes tipos de pessoas sobre o hino nacional brasileiro para criar uma estética dinâmica de comparação. Eram analfabetos, intelectuais, jovens, velhos e crianças. Cada qual com uma interpretação distinta do hino.

Com um toque irônico, a linguagem se expande no decorrer da produção audiovisual em tom bem humorado. Os personagem são bastante contundentes, mesmo que ingenuamente os discursos revelam uma preocupação com a plataforma social como mensagem. Quando muitos perguntados sobre o significado das palavras do hino, incluindo os mais esclarecidos, acabavam se embolando durante o discurso. Outros erros comuns eram na melodia, nas frases semelhantes e no texto extenso. São tantas palavras rebuscadas, que para entendermos bem a nossa pátria mãe gentil através da música, deveríamos agarrar o dicionário e, ao menos saber o contexto em qual foi composto tamanha síntese de palavras para um país de tal dimensão como o nosso.

Um verso do hino em especial ganhou destaque em forma de calúnia: “deitado eternamente em berço esplêndido”, quando um personagem faz a comparação do verso com a preguiça do povo e o que seria realmente um berço esplêndido. Na sua opinião seria um berço de ouro, o que não condiz com a realidade, convenhamos. E ele ainda vai além, dizendo que se o verso tivesse sido extinto na época do governo Médici, o andamento das coisas talvez seria diferente – sarcástico, porque grande parte da população nem mesmo sabia cantar o hino - pra que mudar o que não se compreende? O entendimento para uma nova história se constrói na convergência de diversos fatores.

["A gente não quer só comida, a gente quer bebida" e também uma resenha. Né?