12 de nov. de 2018

Sem Vergonha

Quanto mais tentamos engendrar a nossa vontade, após certa experiência, mais os fatores que conduzem o finalmente são previsíveis.

Os acontecimentos se repetem e a vida torna-se um processo cíclico, um tanto vampiresco. A validade das decisões tem um vencimento, como se o produto fosse humano, fruto de uma aposta feita anteriormente e experimentada com sucesso. O otimismo de quem admira a sensibilidade de alguém resvala na liberdade que o belo propõe como resultado:

- Seria possível encontrar no pragmatismo do outro, um responsável poético capaz de superar a comodidade do nosso ponto de vista?

A proposta da pergunta é um exercício de alta dificuldade - a prática de rejeitar o que a imaginação constrói e a realidade contorce. A causa puramente qualificativa dispensa o julgamento da atitude alheia.

Talvez, o mais recomendável seja mesmo a consulta em nossa caixa de vivências para espantar a má vibração, resquícios egoístas que a coletividade por suposto estabelece.


Rubens Barizon,
[Internando o Brilho]