21 de ago. de 2020

Documental de um cagado de arara

Desço, eu, feliz e contente no Galeão, após um fim de semana revigorante no interior de SP e busco a opção mais confortável para ir para a Barra, depois de acordar às 4h da manhã. 

O frescão, sim, aquele ônibus que custa uma fortuna e qual em sua placa na parada comunicava:

Galeão x Alvorada (Expresso L. Amarela).

Embarquei e já fui me esparramando para tirar aquele cochilo antes de ir trabalhar. Na verdade mesmo, a idéia era passar em casa. Maaaaaaaas, o expresso fake passou na rodoviária, Santos Dumont e foi parando em todos os pontos da zona sul - exato! Ele foi por dentro de Copacabana e adjacências.

Rubens

Como no frio a minha bexiga fica mais sensível, eu desenrolei com o motora para descer e mijar numa árvore simpática que me aguçou a vontade. Sem pensar muito, fui em disparada e adivinha!? Pisei na merda! O bus agora fede, eu gastei meio frasco de desodorante, minha garrafa de água (teoricamente pra beber) e ainda estou muito longe do meu destino.

O cenário de chuva complementa esse início de semana cagado! Como eu creio em sorte, só pode ser isso!

27 de jun. de 2020

Quimera

Final da manhã de um dia de semana. Nada especial se não fosse o raro encontro.

O tempo era contado para ambos e sem pensar muito foram parar numa cafeteira. O café como sempre é a melhor escolha. Mesmo rodeados de incertezas e do motivo de estarem ali, os dois desapegaram das suas responsabilidades e do que poderia estar errado e entregaram cada um a sua parcela de afetividade. Os detalhes da troca foram de acordo com a expectativa. Nada poderia ser diferente naquele momento. Olhos fechados, palavras pontuais, rostos colados num vai e vem lento, que permitia sentir o perfume natural escondido no cangote, a pele macia. Sem que os lábios se tocassem despediram-se sem saber quando haveria outra oportunidade de provar o real. A poesia continuou...

Depois de anos, uma agenda de promessas. Entre elas dançar uma canção que realça a importância de alimentar o que parece fantasia. Mas não parece, é. Ao invés de viverem a prisão dos limites impostos pela condição que vivem, desejam. 

A sensibilidade dos versos bastaria, se o instinto parasse de pedir mais.

Rubens Barizon
[Conto de Fantasia e Desejo]

16 de mai. de 2020

Quarentino

Sigo com fé...
talvez o meu Deus
não seja o mesmo que o seu.

Pode ser, que a crença nem mesmo precise de um.
Desacredite. Acredite.
Aprenda a acreditar no que te eleva
o martirio é demais - Facilite!

Ignore as falácias.
Se ausente de rivalidade.
Volte a si a percepção do outro.
Se defina.

Continue sem mais.
À regalia de paz.
Pobre rapaz.

O conflito não acabará.
Intensidade.

A exigência no entanto,
é menor que o seu pranto.

Dano de limite e respeito.

Rubens Barizon
(marinando o sabor da poesia)

2 de jan. de 2020

O Caminho

A importância do que já se tem conhecimento.

Poderia até ser intolerância o tema principal dessa perda de tempo que é escrever. Eu estou tentando ser mais frequente na prática de encaixar uma palavra atrás da outra com sentido, por justamente me desafogar a caraminhola das inundações cotidianas e por me fazer bem escrever sobre as balelas. E desta vez, eu volto com a mesma sensação da última inércia produtiva. Um dejá vu de que mudo a forma de provocar a leitura, com as mesmas pragmáticas que o mundo me propõe preferências e escolhas.

Uma dificuldade danada ter que conviver com as diversas formas de entender a mesma pessoa, ou objeto. Um exercício de interpretação de cada opinião, para cada assunto. Seja sobre os amigos próximos, família ou mulher da sua vida, as diferenças precisam condicionar as novas formas de entender o ciclo das mesmas coisas, para um esclarecimento saudável e fomentação de sinônimos para este escape literário.

O que nos une precisa ser mais forte do que o ponto de vista. E a potência da razão, algo capaz de medir a temperatura da emoção, como um termômetro para o ego, amadurecendo as diversas maneiras de entender o que já se conhece.

Rubens Barizon
Começando mais um ano
Janeiro, 2020.