27 de jan. de 2015

Admitir

O coração vazio e a leveza das confissões. A cabeça não segura o corpo. A posse da carne não adianta, se a tentativa de dentro do peito não for de verdade. Daquilo que faz bem, prefiro a fortaleza. O devaneio serve para antes dos trinta. Além, é exagero. A não ser a poesia, a vontade de amor compartilhado, sem a doença de amar mais o outro do que a si próprio. Investir em ilusão é um duplo erro, o de acreditar numa outra verdade e o de achar que vai dar certo.

A omissão trata com respeito, a sinceridade alia-se ao realismo, a mentira é quando a solução está bem ao seu lado e não há outro caminho. Siga o da verdade em caso de mudança...essa opção é a que vai te engrandecer. Usar todos os erros como uma forma de aceitação, daquilo que não tem como escapar. Ou então, o desprazer de deixar como está - o passar do tempo.

A bagunça precisa ser admitida, o controle é aceitar o inevitável. Remadas ao sossego é seguir o modelo individual que o fato de ser humano concede a nós; seres, singulares e humanos. O quê os olhos veem, o coração (des)aprova com certeza.

Seria fácil, se os erros da vida pudessem ser editados com cortes e as cenas maravilhosas dominassem do início ao fim, o filme que conta a nossa história. Não vai ser assim...

A inversão métrica faz parte deste estado embaralhado. As frases curtas e o valor sentimental de envelhecer.

Rubens Barizon


23 de jan. de 2015

Dicotomia

A comunicação passa na via de influência da opinião e arquiteta os tipos, cujo propósito da vida se decide em direção à zona de conforto da razão.

A natureza humana se contradiz quando tem o poder calculado pela quantidade exata, em variável X proporcional ao que os tipos acumulam e compram quando estão cansados da vida rotineira e amarga. Enumerar, omitindo a necessidade de sobra e falta do meio, que se retroalimenta com o argumento de poder e rejeição aos demais moldes, também inspirado pelo 'boom' informacional que o mundo globalizado desencadeia - separação ideológica, onde o potencial vem da métrica.

No entanto, quando o título deste texto propõe a oposição, a primeira voz busca o equilíbrio das admirações e qualidade individual. O exemplo é prático, na sexta-feira, a condição de bancar (o quê, quem) e/ou a prerrogativa do grupo, pouco admite a necessidade da sociedade plural, que emerge inúmeras propostas, revelações avessas ao conservadorismo e mantém o ciclo de tostões nas pequenas relações da estética; a originalidade, apenas como um respeito pelo todo.

 A visão é a de informar discrepância provocada pelo desejo da vitrine, que causa ilusão. Não é apenas na aparência, mas nas palavras formuladas por sábios do mercado, que empurram as pessoas, uma contra as outras.

Rubens Barizon
[repertório ensaiado]

"- Quem seria Deus no mundo de hoje?"

19 de jan. de 2015

Máscara de amor

Quando vem do ciúmes, não pode dar certo.
Nada se espera,
tudo bem perto.

Se o corpo esquenta,
a paixão flutua.

No que a cabeça tenta,
o interior indigesto,
tumultua.

O quê fere o amor,
não fica no ar.

Amor faz sentir,
o tempo que há,
na lacuna do olhar.

A boa fé do ciúmes
tem reação de gente má.

- "O que dizes para mim? "
- Com ciúmes, não dá.
O aroma fica, para os momentos lembrar.

Essa máscara de amor,
prefiro não usar.

Rubens Barizon
[a linguagem poética registra a plenitude]



12 de jan. de 2015

Turbidez


A linguagem da pressão em tempo de verão, agita o corpo e ebule o cerébro, que já em atraso com a estética da imagem, convenciona-se cujo movimento de sombra, água fresca e prazer. 

Chegando no ponto de conduta, em banda com a associação e a vontade de conhecer, o caminho para uma conjuntura de histórias pessoais e leitura, que eu chamo: literatura de reporte. Seu estilo e forma, dentro de tal versão do fato, gera uma narrativa do particular até a mais plural e avessa possibilidade. A variação linguística é a diferença da expressão/absorção diante a comunicação que se estabelece entre os envolvidos numa ação. Se há valores (racionais, físicos) o fator emocional vai disparar uma reação, nem que seja à força.

O controle e o estapafúrdio oscilam entre os tantos que estão submetidos ao calor, nesta ilha que provoca uma sensação altíssima de descontrole térmico e aumento de uma série de facilidades; a questão é a crítica. O antônimo desta ideia não chega em nenhuma oposição barata. Até porque, a censura deveria partir das absurdas relações de transparência com o modelo de vida, às escuras do equilíbrio - "ao aceitar, aplique-se como tal". 

A ocorrência seria o descompasso do desenvolvimento social e econômico. O de propriedade intelectual coletiva e histórica, deixemos com a França. Pois, terrorismo como o contra a redação do Charlie Hebdo, ainda não nos chegou o molde, mas de violência estamos bem(?).

Rubens Barizon
[No quê o geral fomenta com a intromissão do individualismo]




9 de jan. de 2015

Do geral para o particular radical. Sociedade, conclusão e as diferenças

Decisão de canal para uma história sustentável. Estou pegando a mania de ser cada vez mais objetivo, diante a direção das frases sincronizadas, no foco do que sou por um todo. Equilíbrio não se taxa em encontro urbano.

A literatura e a poesia da entrelinha modela, na forma mutável das novas mídias, o cerne da interpretação até hoje. O deslumbre narrativo, a frase bem colocada para um determinado fim. O tema é aquele simples. A sinalização do ato direcionado àquilo, afeta logo o que existe a ser rechaçado; a postura do momento cultural de criação. Se te parece calúnia, analise antes a deixa. O esclarecimento opera melhor. Saber ler os códigos de visão interpretativa com a razão orgulhosa de valor. A pressão acaba com a absorção e digestão, por si só. A não ser, quando se trata de terrorismo e liberdade de expressão.

- "Não darei sequência a polêmica internacional destes dias, quando rebeldes ultraradicais ameaçam a segurança com avisos equilibrados ao ponto de vista criado pelos cartunistas assassinados com rajadas. Onde se faz de um jeito e o outro reage conforme suas convenções, com Deus metido na conversa, ou por simples revolta interpretativa dos desenhos e seus significados para as partes - fica a variável nesse problema."

Vejo a sociedade global nas dimensões a partir do trânsito local dos meus costumes espaciais e digitais. As relações sócioeconômicas atraem o olhar mútuo de interrelação de princípios, política e patamares. Lê-se por metrópoles globais, o impacto em cadeia das informações que navegam de clique, em clique.

A literatura não se virou como apenas um clichê mecenas da web, mas as formas elaboradas de furor e unidades de valor, da linguagem menos técnica  até o acompanhar dos fatos sustentado pelo realismo útopico - o convívio do mundo e suas diferenças: do pilar ao dinheiro; interesses comerciais da cultura local. A realidade narrativa de esteriótipo, cada qual com sua correspondência e intenção. Contribuições e trocas de hegemonia (qual seja), nem sempre será amistosa quanto parece o cumprimento de uma lei.

 Nem sempre tão explicada, na França ... no Brasil. As armas, as instituições, as conclusões sobre as interpretações e: bang! O pavil chega ao fim em qualquer tipo de ralação. As constantes sofrem o mesmo que as repentinas, rotineiras ou casuais. Se tem canal, vai chegar a mensagem e a reação abrupta acaba em tragédia.

"Salve-se quem puder"

Reduzindo as gorduras.
Rbarizon, em Rio de Janeiro.