29 de set. de 2013

Autorização

A retórica da massa

Os argumentos vão e voltam para a sua zona de conforto. A narrativa conhecida pelo mundanismo, se desdobra com o cuidado fiel dos personagens reféns do interesse social e profissional, que induzidos pelos próprios atributos e requisitos de um imaculado coração rentável, oferecem um troco pela indulgência humana, através de certos 'números' que inserem o vínculo das convenções no grupo fechado pela atitude repetitiva.

O caráter por uma campanha

A busca pelo ideal atropela a liderança e cai na idolatria comercial. O constante retorno até o "eu" de mercado, como aceitação dos padrões que cegam a interpretação, carrega consigo o instinto criado pelas facilidades do gosto coletivo, marcando uma geração que busca resposta na estética da imagem roteirizada. A transformação dos delírios coloridos traz uma defasagem ética e moral de respeito.

Comodidade do convívio popular

O sentido que dá voz às formigas adere o perfil tecnológico da indústria humana no meio digital. A voracidade desse fardo inclui, o dinheiro que compra as possibilidades de comunicação substancial e a acumulação de manias excludentes da comunidade maior. Logo, o poder de reduzir os elementos da escolha pessoal, limita a opção e disponibiliza pouca função para o resto.

Resultado do Ciclo

Como resposta a falácia da sociedade diversificada pelos diversos canais de emissão e expansão de costumes, retomo o argumento tendencioso do recomeço atemporal e das reproduções sem limites do estoque de personalidades, armazenadas no interior da postura de cada ser, apenas capazes de expor sentimentos, dotado de uma emoção não-fictícia, quando sob o percalço da dificuldade advindo da necessidade viciosa que nos contém, dentro do som dessa sanfona dançante e previsível, entretanto, ainda sem a função PARAR.

6 de set. de 2013

Em dependência política de boa fé

Aos passos curtos se constrói a estória desenvolvida do ativismo no Brasil. Desde o aumento da passagem em 20 centavos, alguns meses atrás, eclodiu um ciclo de manifestações que perduram até o dia da independência - feriado prolongado para muitos no nosso país.

Amanhã, dia 7 de setembro, vai ser um dia de revindicações. Caminhando pela cidade de Rio de Janeiro, já se pode ver banners colados nas esquinas, utilizando a plataforma online como um centro de convenção e acerto de horário e local das reuniões ao ar livre. Enfim, a rede social se mobiliza para os fins do progresso. O cantor tropicalista Caetano Veloso se uniu com a Mídia Ninja, coletivo jornalístico dos diversos segmentos de contestação pública, para falar sobre os mascarados e demonstrar seu apoio ao movimento semelhante ao de 1968, só que agora pelo meio digital.


Durante o período que compreende o início dos protestos, que teve como ápice a passeata de milhares de pessoas na Avenida Presidente Vargas no centro do Rio, o estado não parou de se mobilizar. Questionadores acampam na frente do apartamento do governador Sérgio Cabral, na parte nobre da zona sul; black bloc's e politizados promovem manifestos na frente do palácio da Guanabara e outros demais vêm participando via internet desse momento histórico para uma nova ótica política.

Mensaleiros com o risco iminente de serem presos, políticos cassados e com pressão de impeachment formam uma realidade ainda com base instável no país. No entanto, se os últimos meses de 2013 forem escutados em forma de relato histórico numa troca de ideias daqui a algum tempo, enxergaremos a importância de continuar acreditando. Antes o fim era certo, - pizza. Atualmente, com a disposição de alguns e apoio nacional de resistência, uma reunião de políticos hoje mesmo, pode ter companhia popular e pressão civil logo ali, concomitante, dentro de onde muitos papeis numerados já foram embolsados na surdina.

A polícia é aquela com o mesmo patamar dos serviços de atendimento público prestado ao cidadão, convenhamos que o privado presta o papelão idêntico.

O que não pode calar, no dia da independência é a voz do povo que pensa.

Por Rubens Barizon,
do meu diário de relatos.