18 de fev. de 2013

Recomeço do ciclo anual

O carnaval acabou, mas a poeira demorou a assentar, muitos blocos ainda circularam nas ruas do Brasil todo no fim de semana após o término da festa no calendário. Em especial no Rio de Janeiro, de onde vos falo. Vai demorar um tempo para cair a ficha de que a folia deve ser deixada para trás e que hoje, segunda feira dia 18, é que o ano começa.

De certo que a cobertura sobre a multiplicidade étnica, cultural e social do evento em si, permitiu uma intervenção momentânea durante o período de folia veraneia do hemisfério sul. O vício de ser folião e todos os seus contrastes, a alegria e a simplicidade dos nada corriqueiros blocos de rua, a magnitude e deslumbre das poderosas escolas de samba, artistas e anônimos, o luxo e o lixo, a organização que sobrevive da desordem e tudo envolvido num mesmo espetáculo teatral, o maior do mundo, o Carnaval.

Menciono o sul, pois o Uruguai tem o carnaval mais longo do mundo com coreto e exibições teatrais - mesmo! a Colômbia, Venezuela e por aí vai. No cenário nacional, O Galo da Madrugada com seus milhões de componentes, a Vila Isabel com o enredo dos agricultores e a Mocidade Alegre em São Paulo com a sedução campeã. A partir daí pode se entender o tropicalismo no Brasil, a sociologia em desenvolvimento, bem como a economia em inflação quase máxima. A poupança, essa vale pouco durante o ano inteiro, não no carnaval que se gasta além da conta.

Ainda não havia começado a celebração dos dias que precedem a quarta feira de cinzas, que por aqui também é comemorada como carnaval, quando já pegou fogo na Boate em Santa Maria, o que acarretou uma série de cancelamentos na programação cultural de todo o país por falta de estrutura nos teatros; ainda era carnaval quando o papa, a entidade maior da igreja, renunciou ao cargo no vaticano e até meteoro caiu na Rússia, algo que não era esperado nem pelos especialistas nesse fim do carnaval.

O entrudo dá lugar a encenação da paixão de Cristo e aos chocolates da páscoa que tomam as vitrines, dando a sequência anual aos acontecimentos da agenda temática que a vida prega: com enredo, personagens e as variações conforme a moda que faz do espectador coadjuvante uma marionete, como um destaque ativo de lucro.

8 de fev. de 2013

Ao carnaval por querer

Aonde está a alegria haverá também, por perto, ou em algum lugar, para equilibrar.


Ah! deixe-me explicar qual a ideia eu quero utilizar aqui: o carnaval na folia e ali as situações mundanas.


As frases são curtas para soarem como conselhos de amigo. Para isso eu escrevo.


Dançaremos ao som do cavaquinho, mas olhemos com a malandragem sagaz do samba, o outro lado.


Os gastos, digo, segurança. O conforto, digo as férias, sabe evitar confusão e de pisar próximo à ela.


De resto, acredito até que o cara mal humorado o ano inteiro pode se divertir.


Por Rubens Barizon,
com respeito às pessoas.

2 de fev. de 2013

Crônica sem papo de jornal

Como é bom ser normal e livre para escrever o jargão sem culpa de nada. Salve! a independência do veículo próprio. - lar, doce lar. Até porque, como vou falar do que está na boca do povo sem usar esse termo tão bem definido?


Os adjetivos parecem vilões a serem combatidos o tempo todo, macacos me mordam. São tantas as convenções para comunicar bem tudo que vira notícia sem nem pedir licença aos modelos populares de construção simples de frase, que esquecem da máxima esportiva, em time que está ganhando não se mexe.


Ontem ao responder o garçom, surpreendi até a mim mesmo, ao confirmar o pedido com um beleza pura que substituiu na situação o tranquilo bastante usado pelos jovens ao concordarem com alguma decisão.


Resolvi com este texto, ministrar uma singela liberdade aos jornalistas que arrancam os cabelos para criar frases concisas como diz o mandamento do bom jornalista e blá blá blá. Convenção que seria de muita valia se realmente tivéssemos uma quantidade decente de leitores assíduos e uma postura de classe dos professores do curso de jornalismo que diminuem o nosso salário durante as aulas: se querem dinheiro, procurem outra profissão. O maior jargão a ser combatido deve ser este. Passível de CPI.


Por mim (opinativo mesmo), não seria preciso um diploma para escrever e ganhar pouco. Que balela idiota! refiro-me aos perdedores que diminuem o nosso salário e às regras impostas como um bom texto a se ler com toda aquela clareza, objetividade, informações, leads e outras convenções. Jesus.
Tenho dúvidas se para escrever um roteiro, existem tantas regrinhas também. Espero que não.

Os 100 anos de Rubem Braga é o que me motivou a erguer a bandeira que o texto pode ser incrível sem nem ter um tema pautado para redigir uma leitura como a do jornalista nota 10.


Até pra escrever número tem regra. Repito 1 ou 10.000 mil vezes o que me der na telha, da maneira que me vier na mão, quando estou a escrever.
Não estou no trabalho e dou-me permissão a isto, pondero ao meu próprio texto.

Soltem os cachorros e balancem a roseira, afinal das contas !É carnaval!


Por Rubens Barizon


7 anos de horizontecurvilineo. Parabéns para este aqui, que é o meu cantinho, o meu refúgio.