12 de nov. de 2018

Sem Vergonha

Quanto mais tentamos engendrar a nossa vontade, após certa experiência, mais os fatores que conduzem o finalmente são previsíveis.

Os acontecimentos se repetem e a vida torna-se um processo cíclico, um tanto vampiresco. A validade das decisões tem um vencimento, como se o produto fosse humano, fruto de uma aposta feita anteriormente e experimentada com sucesso. O otimismo de quem admira a sensibilidade de alguém resvala na liberdade que o belo propõe como resultado:

- Seria possível encontrar no pragmatismo do outro, um responsável poético capaz de superar a comodidade do nosso ponto de vista?

A proposta da pergunta é um exercício de alta dificuldade - a prática de rejeitar o que a imaginação constrói e a realidade contorce. A causa puramente qualificativa dispensa o julgamento da atitude alheia.

Talvez, o mais recomendável seja mesmo a consulta em nossa caixa de vivências para espantar a má vibração, resquícios egoístas que a coletividade por suposto estabelece.


Rubens Barizon,
[Internando o Brilho]


13 de ago. de 2018

Passatempo da Minha Viagem

O pecado mundano e a sua força atraente, o lado emotivo e o partido racional em votação na assembleia do que serve para você.


"Ninguém agrada gregos e troianos" e é por aí, que diariamente faço questão de trocar as vestimentas e sair por aí como sou, com o quê da vida e descoberto do passado por certa ocasião, num exercício intenso do senso comum.


Vejo a política alheio às críticas públicas, particulares e ao norte que decidimos seguir. As decisões e as marcas causadas com a repercussão do eu, são outrora o seu reflexo - e lá está você, com a sua visão de mundo em convenção à mesma lógica de um grupo.

 
O todo supera a impressão, não se justifica como causa fundamental e nessa linha de diferenças repentinas, se encontram as deduções. A mímica, a tradução da mesma, o comportamento e as incompatibilidades brutas, que montam os tabuleiros abstratos com as regras da realidade.


No caminho do por que estar escrevendo sobre esse tanto filosófico...  me perco na disciplina de algo maior do que precisava.


Rubens Barizon









11 de jul. de 2018

Só um pouco mais de mim

Com a onda da primeira pessoa conectada e originalidade copiada, o percurso do sucesso individual esbarra nas convenções exageradas do métier. Orações, que me levam a deduzir uma crítica à nós, por um passeio de códigos justificáveis.

- É possível pensar em uma crise de protagonismo?

Me senti tentado a prestar atenção em alguns desvios do que somos e em que meio nos encontramos. Os perfis são transpassados do real para a rede numa constante atualização do que tentamos ser ao olhar do outro.

Alimentar o ego é bom e permitir-se à sensação de potência quando você faz o que bem entende com o seu pacote de dados é como bater o martelo na função de juiz do seu próprio julgamento. E quando todos param para perceber nossa beleza e ouvir nossas histórias? Bom demais! Permita-me apenas contextualizar uma coisinha; ouvir não, visualizar e seguir a história da nossa vida - função essa, que permite até quantificar o quanto você está satisfeito consigo mesmo (mania de se rever), ou quanto o seu público está "interessado em você". As nossas personas estão seguindo tendências em blocos, o que permite se engajar em situações comportamentais distintas, dependendo do meio em que você narra tal ocorrência.

O papel do coadjuvante se torna essencial para que a minha crença nas pessoas continue. Estranho pensar no mundo de reproduções digitais sem a exposição do que fazemos de melhor. Mais difícil ainda é entender que dependendo das suas pretensões sociais, se torna quase impossível não entrar nesse "jogo do eu".

Deixa eu terminar o texto por aqui, porque eu já estou quase inserindo uma foto bem legalzona minha para ilustrar.

Rubens Barizon

3 de jul. de 2018

Amor, Apego e Paixão

Em ordem alfabética, as três palavras intitulam este texto a fim de atualizar meu parecer dos sentimentos, a partir de uma percepção contemporânea. Vale lembrar, que as definições durante o lazer da escrita, são observações meramente empíricas e não defendem teses.

Ah! o amor... tão folclórico quanto as datas comemorativas que nos forçam o ato de presentear. Ele, o amor, vem se camuflando e já faz algum tempo. Ainda sendo um crente do amor, a imagem concebida antes, como uma superestrutura inabalável, se modifica conforme as novas formas de interação, necessidade e obrigação. A confusão é iminente quando a felicidade se torna causa e ponto de partida para entender a formicação no peito à despeito da reciprocidade.

"Pega e não se apega" - Fácil, fácil! Mas, não é bem assim. O apego intercede o antagonismo sentimental, unindo as mãos do amor e da paixão. De fato, os dias atuais parecem estar passando mais rápido e com isso, as dúvidas sobre as oportunidades personificadas em outros. A liberdade é a via crucis do estado de apego e o caminho para o bem, ou mal. A distinção das diferenças está sob constante vigilância, facilmente capitaneada pelas redes cibernéticas, dosada com curiosidade, carência e uma constante infinita de possibilidades.

O por quê? a paixão. Se a felicidade confunde o amor e o apego desalinha cada vida, a saída é se apaixonar. Enfim, a parte doce da vida, que pode potencializar os outros dois elos acima e também, impulsionar seus objetivos diante às comparações feitas. Os  prazos, as regras individuais e os limites supõem um amadurecimento para entender a esperança na paixão. A mobilização proposta ao tempo do outro, a particularidade e até onde isso pode levar.

Rubens Barizon
[Sobre temas onde as semelhanças são inevitáveis]




24 de mar. de 2018

Aspectos

Da poesia à metáfora terapêutica para definir alguns traços da personalidade que o comportamento apresenta.

O conquistador vive seus desafios como fonte de inspiração às diversas possibilidades de incursão ao inexplorado e a coragem não lhe falta para resumir as dificuldades. As suas investidas nutrem essa característica de exploração primária - o desbravamento do desconhecido pelo prazer. Entre a descoberta de novos mundos, o seu querer em determinado momento, pode se transformar em algo efêmero, quando sobre o território achado, nada além da novidade for encontrado. A pós-conquista desse indivíduo depende do despertar de sua curiosidade e da história a ser desenvolvida à partir do sentimento de troca com o agora conhecido. Senão, uma nova partida.

O colonizador é quem aproveita a terra já descoberta, de modo a construir sua estrutura, ampliar as formas de exploração do terreno e permanecer com seus emaranhados para uma tentativa de estabelecimento territorial. O motivo maior desse tipo é implantar o progresso conforme os mandamentos culturais trazidos de sua raiz versus as condições ambientais daquela região. Os métodos de organização podem ajudar ao desenvolvimento do local e à adaptação do novo administrador daquela terra. O procedimento de colonização sucede de acordo com a relação de dependência do espaço com o enquadramento proposto.

Os comparativos se encarregam de diferenciar as habilidades desses perfis, que não se anulam. O comportamento de quem é observado conduz a tal vertente, mas não impede que ambos possam desenvolver virtudes semelhantes de acordo com a ocasião e necessidade.

Rubens Barizon
[Assimilando as mensagens]

11 de mar. de 2018

Refém do Tempo - Poesia e Realidade

É preciso sentir
a verdade.
Senão,
vaidade.

Por uma decisão,
maturidade.
O que antes era doce,
apodrece com a saudade.

Se chega no ego,
esqueça a castidade.
Sem sabotagem,
fruto da realidade.

O frio na barriga
ignora a idade.
Nas retinas o brilho,
o tempo - ansiedade.

Rubens Barizon,
[Flanando em pensamentos]








23 de fev. de 2018

O Beijo

   Quando tem sabor, ele faz voltar aonde for. Ou, será buscado em outros lábios por parâmetros do desejo, toda vez que os olhos se fecharem em permissão às trocas.

   O cativar, eu já não posso afirmar por outras bocas. Até porque não é justo eu me encaixar por aí em beijos que não me pertencem. No geral, o beijo é marca da consagração, que se iniciou bem e permitiu o decorrer até os finalmente.

   Nem sempre é necessário algo mais do que o beijo. Aquele carinho molhado dos lábios navegantes, que encontra em meio aos sorrisos, o eldorado na boca de quem te dá prazer.

Rubens Barizon






8 de jan. de 2018

Literatura Corrida

Consequência e escolha, a resposta do que se prevê na teoria, como produto dos acontecimentos. O que se apresenta por lá, pode parecer agouro e fado daqui. A cegueira do ponto de vista.

Se comportar conforme os seus princípios não condena a sua forma de pensar, nem a propriedade do sentimento que impulsiona a sua conclusão. Fugir do que se configura é aceitar uma condição ilógica. Mas, todos nós vivemos nossas próprias convicções e involuntariamente estamos suscetíveis à uma visita na morada da saudade, que já havia sido deixada para trás. Natural pensar assim, se o básico estivesse em questão. Explicar, alertar e insistir, se tornam medidas em vão, mesmo sabendo o quê há por dentro de tal ação decisiva. A complexidade da relação humana e os julgamentos das partes distorcem o presente recente e transforma o passado em futuro num simples piscar de olhos.

O que seria mais importante considerar quando estamos diante à caminhos distintos:

" - o objeto de mudança, ou a segurança? o amor, ou a paixão? Se é verdade, ou mera ilusão? "

Cada um pensa no que é melhor para si. Os motivos passam pela experiência, personalidade e críticas. O arrependimento é o parceiro da comparação, quando a primeira insatisfação surge. As nossas escolhas abrem portas e fecham caminhos, como qualquer opção que determinamos para nós. Eu costumo chamar essa dúvida sobre o que ficou pra trás de "pecado da evolução". Aprendemos lições a partir da intimidade que temos com alguém e nos tornamos pessoas melhores para uma próxima oportunidade - Sad But True.

Quando escrevo algo, o processo de construção que me desafia é transformar o miolo da minha particularidade em uma interpretação com dimensão mais abrangente. Por exemplo, como eu contextualizo um fato para que o leitor possa se colocar na posição mais próxima de uma realidade construída e assim eu abordo as orientações que a vida costuma impor à grande maioria. A percepção do texto, eu absorvo durante os bate-papos que tenho por aí e observo que quase sempre as histórias fazem o mesmo percurso.

Repetir parece um erro.
Insistir é um erro.
A liberdade, uma condição.
O silêncio, a razão.

Rubens Barizon