11 de jul. de 2018

Só um pouco mais de mim

Com a onda da primeira pessoa conectada e originalidade copiada, o percurso do sucesso individual esbarra nas convenções exageradas do métier. Orações, que me levam a deduzir uma crítica à nós, por um passeio de códigos justificáveis.

- É possível pensar em uma crise de protagonismo?

Me senti tentado a prestar atenção em alguns desvios do que somos e em que meio nos encontramos. Os perfis são transpassados do real para a rede numa constante atualização do que tentamos ser ao olhar do outro.

Alimentar o ego é bom e permitir-se à sensação de potência quando você faz o que bem entende com o seu pacote de dados é como bater o martelo na função de juiz do seu próprio julgamento. E quando todos param para perceber nossa beleza e ouvir nossas histórias? Bom demais! Permita-me apenas contextualizar uma coisinha; ouvir não, visualizar e seguir a história da nossa vida - função essa, que permite até quantificar o quanto você está satisfeito consigo mesmo (mania de se rever), ou quanto o seu público está "interessado em você". As nossas personas estão seguindo tendências em blocos, o que permite se engajar em situações comportamentais distintas, dependendo do meio em que você narra tal ocorrência.

O papel do coadjuvante se torna essencial para que a minha crença nas pessoas continue. Estranho pensar no mundo de reproduções digitais sem a exposição do que fazemos de melhor. Mais difícil ainda é entender que dependendo das suas pretensões sociais, se torna quase impossível não entrar nesse "jogo do eu".

Deixa eu terminar o texto por aqui, porque eu já estou quase inserindo uma foto bem legalzona minha para ilustrar.

Rubens Barizon

3 de jul. de 2018

Amor, Apego e Paixão

Em ordem alfabética, as três palavras intitulam este texto a fim de atualizar meu parecer dos sentimentos, a partir de uma percepção contemporânea. Vale lembrar, que as definições durante o lazer da escrita, são observações meramente empíricas e não defendem teses.

Ah! o amor... tão folclórico quanto as datas comemorativas que nos forçam o ato de presentear. Ele, o amor, vem se camuflando e já faz algum tempo. Ainda sendo um crente do amor, a imagem concebida antes, como uma superestrutura inabalável, se modifica conforme as novas formas de interação, necessidade e obrigação. A confusão é iminente quando a felicidade se torna causa e ponto de partida para entender a formicação no peito à despeito da reciprocidade.

"Pega e não se apega" - Fácil, fácil! Mas, não é bem assim. O apego intercede o antagonismo sentimental, unindo as mãos do amor e da paixão. De fato, os dias atuais parecem estar passando mais rápido e com isso, as dúvidas sobre as oportunidades personificadas em outros. A liberdade é a via crucis do estado de apego e o caminho para o bem, ou mal. A distinção das diferenças está sob constante vigilância, facilmente capitaneada pelas redes cibernéticas, dosada com curiosidade, carência e uma constante infinita de possibilidades.

O por quê? a paixão. Se a felicidade confunde o amor e o apego desalinha cada vida, a saída é se apaixonar. Enfim, a parte doce da vida, que pode potencializar os outros dois elos acima e também, impulsionar seus objetivos diante às comparações feitas. Os  prazos, as regras individuais e os limites supõem um amadurecimento para entender a esperança na paixão. A mobilização proposta ao tempo do outro, a particularidade e até onde isso pode levar.

Rubens Barizon
[Sobre temas onde as semelhanças são inevitáveis]