27 de jan. de 2015

Admitir

O coração vazio e a leveza das confissões. A cabeça não segura o corpo. A posse da carne não adianta, se a tentativa de dentro do peito não for de verdade. Daquilo que faz bem, prefiro a fortaleza. O devaneio serve para antes dos trinta. Além, é exagero. A não ser a poesia, a vontade de amor compartilhado, sem a doença de amar mais o outro do que a si próprio. Investir em ilusão é um duplo erro, o de acreditar numa outra verdade e o de achar que vai dar certo.

A omissão trata com respeito, a sinceridade alia-se ao realismo, a mentira é quando a solução está bem ao seu lado e não há outro caminho. Siga o da verdade em caso de mudança...essa opção é a que vai te engrandecer. Usar todos os erros como uma forma de aceitação, daquilo que não tem como escapar. Ou então, o desprazer de deixar como está - o passar do tempo.

A bagunça precisa ser admitida, o controle é aceitar o inevitável. Remadas ao sossego é seguir o modelo individual que o fato de ser humano concede a nós; seres, singulares e humanos. O quê os olhos veem, o coração (des)aprova com certeza.

Seria fácil, se os erros da vida pudessem ser editados com cortes e as cenas maravilhosas dominassem do início ao fim, o filme que conta a nossa história. Não vai ser assim...

A inversão métrica faz parte deste estado embaralhado. As frases curtas e o valor sentimental de envelhecer.

Rubens Barizon


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