
Os compromissos fazem parte do tempo. O tempo não é apenas dinheiro como o princípio burguês sugere. O legado maior da vida (em conjunto) é a consideração que perdura durante todo o tempo afastado de alguém, que não foi algo durante o tempo vivido próximo em alguma fase; um contato antigo que permanece intacto, segundo a intimidade da ocasião.
Motivado pela conversa que tive com um ex camarada de trabalho, enquanto eu era recepcionista de uns flats tradicionais da Zona Sul do Rio, o Diego, percebi que a importância daquela ocupação de remuneração pontual, por qual nos conhecemos, era apenas o cenário para expandir conceitos de como entender a vida sem utilizar das necessidades, parâmetros de equilíbrio para se julgar o momento.
Percebo que os mesmos adjetivos continuam a me emplacar, no sentido de definição. Já incomodou mais. Entretanto, atualmente, eu adoto um comportamento emocional mais evoluído - não por querer. O tempo que não é o dinheiro, envelhece e traz experiência. Até porquê pode-se entender o rótulo como um prestígio. Isto, quando há sensibilidade e filosofia para não deixar a oportunidade de saber da vida por através dos sentidos: visão, tato, olfato e audição (fiz questão de dar os nomes).
As propostas midiáticas e as emendas de governo atribuem um caminho estreito de opções. Se o espírito crítico comum permanece inerte, a consciência egoísta procede conforme o projeto do mundo criado pelos sujeitos que praticam ação. Um domínio que a maioria entende como correto e faz destoar o que não segue o padrão decisivo.
A minha consideração é mútua quando encontro alguém que foi(é), ou melhor, permaneceu querida, mesmo quando a catacrese do ponteiro das horas, por incontáveis vezes, tenha girado e marcado o tempo afastado. Os sentidos, me tomariam muito tempo de vida a explicá-los, talvez em alguma outra parte do meu diário.
Rubens Barizon
Com sentimento de estar rumando na direção certa, ou do bem.