Um alguém que transita pelo erudito ao popular, naturalmente abre o caminho do julgamento.
Refiro-me então, sobre a afirmação inútil e o comportamento sem repertório. Escrever sobre a mudança de olhar repentino ajuda a interpretar os códigos e diferenciá-los da imposição do discurso.
Textos autobiográficos me incomodam. Não que eu seja inclinado à ficção, mas é que a verdade que já passou, narrada pelo mesmo que a vivenciou, já sofre uma série de modificações estruturais da linguagem histórica, emocional e convencional.
A versão original é a que vem da cumplicidade natural; a espontaneidade da informação parte da origem cultural do interlocutor - o conhecimento linguístico e a memória de transcrição para contar determinada história, à sua maneira mais pura e real, para que no entanto, a história não siga o interesse do locutor e a certeza perca o potencial de realidade
Manipulação e discurso de verdade
"- Quem fala do quê para quem", nos permite superficialmente cogitar direções. Outro sinal do discurso de autoridade é a referência do imediato - a resposta para o que é crucial em dado momento. A crença no que é falado por último em tom de afirmação do ponto de vista, retroalimentando paradigmas, do particular para o geral.
A ideia do outro é quase sempre pitaco! se for de "verdade", a compreensão vem à tona. Ao reforçar o óbvio, a máscara cai e as intenções dão a largada ao jogo, que é relacionar-se com os fatos e comportamentos narrados pelo molde social de cada indivíduo.
Rubens Barizon
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