Não se enxerga mais as calamidades que estão bem na sombra do nosso nariz. O
perfume não é o da fada, mas o cheiro azedo da farsa. Antes, o intuito deste
texto fosse a composição de uma poesia adulta como as de Fernando Pessoa e suas
impessoalidades. Entretanto, o contexto é o pós filme "Half nelson" do diretor e
roteirista Ryan Fleck, com o ator Ryan Gosling.
No longa metragem o ator canadense é um professor de história em uma escola
pública de um gueto norte americano. E na ocasião, ele não vai salvar os seus
alunos com as suas classes, que instigavam os seus estudantes a pensar de forma
crítica sobre as mudanças durante a história mundial e as oposições que o mundo
propõe como opção. A disciplina que o personagem ensinava durante as aulas não
era apenas a matéria didática da pedagogia de um professor e também não era
sobretudo, as suas tendências comunistas ou as suas experiências pessoais que
lideravam as aulas, mas a verdade estampada na realidade que o assombrava por
conta das drogas.
O filme desperta uma reflexão ambígua sobre como é ser correto de uma forma
tortuosa. Nada que os alunos não pudessem perceber, já que onde vivem, acaba por
ser comum o uso de drogas e consequentemente, esse comportamento mais largadão do
professor que em alguns momentos chega a nao se aguentar acordado durante as
aulas. Após uma aluna o ver completamente dopado em um dos vestuários da escola,
a intriga do filme entre o professor e a menina refém desse segredo começa. Mais
tarde, o professor descobre que a menina ajuda um dos seus fornecedores a vender
a droga que ele consome e o ciclo vicioso termina, com a preocupação da
adolescente com o adulto usuário de droga.
O diretor retratou a ficção comumente relacionada com a realidade, de maneira que
o texto da também roteirista Anna Boden encaixasse perfeitamente como exemplo de
um problema contemporâneo, não pontuando o que venha ser certo ou errado.
Por Rubens Barizon
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