24 de nov. de 2012

Propostas

Não se enxerga mais as calamidades que estão bem na sombra do nosso nariz. O

perfume não é o da fada, mas o cheiro azedo da farsa. Antes, o intuito deste

texto fosse a composição de uma poesia adulta como as de Fernando Pessoa e suas

impessoalidades. Entretanto, o contexto é o pós filme "Half nelson" do diretor e

roteirista Ryan Fleck, com o ator Ryan Gosling.


No longa metragem o ator canadense é um professor de história em uma escola

pública de um gueto norte americano. E na ocasião, ele não vai salvar os seus

alunos com as suas classes, que instigavam os seus estudantes a pensar de forma

crítica sobre as mudanças durante a história mundial e as oposições que o mundo

propõe como opção. A disciplina que o personagem ensinava durante as aulas não

era apenas a matéria didática da pedagogia de um professor e também não era

sobretudo, as suas tendências comunistas ou as suas experiências pessoais que

lideravam as aulas, mas a verdade estampada na realidade que o assombrava por

conta das drogas.


O filme desperta uma reflexão ambígua sobre como é ser correto de uma forma

tortuosa. Nada que os alunos não pudessem perceber, já que onde vivem, acaba por

ser comum o uso de drogas e consequentemente, esse comportamento mais largadão do

professor que em alguns momentos chega a nao se aguentar acordado durante as

aulas. Após uma aluna o ver completamente dopado em um dos vestuários da escola,

a intriga do filme entre o professor e a menina refém desse segredo começa. Mais

tarde, o professor descobre que a menina ajuda um dos seus fornecedores a vender

a droga que ele consome e o ciclo vicioso termina, com a preocupação da

adolescente com o adulto usuário de droga.


O diretor retratou a ficção comumente relacionada com a realidade, de maneira que

o texto da também roteirista Anna Boden encaixasse perfeitamente como exemplo de

um problema contemporâneo, não pontuando o que venha ser certo ou errado.


Por Rubens Barizon

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